11.4.20

Revisão da matéria dada

Do nada digo nunca
estaleiro da metamorfose
quando a alvorada semeia o dia.

A espada embaciada roça o rosto
e ao medo amiúde mostro
o mastro da indiferença.

Do nada,
digo nunca
material de reserva
no alfaiate das memórias.

Do nada digo,
nunca:
e provo o sal da safra 
em sílabas sardónicas
por saber que a solenidade 
é uma sombra dos sentidos açambarcados.

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