O mediador protesta
no fio do entardecer.
Coloca o verbo inverso
na moratória armada
e os corços exilam-se
na cidade vazia.
Enquanto houver cais
e os velhos continuarem velhos
não será permitido pedestal
à angústia:
desarmadilhada no ciciar de amantes
mesmo no rosto dos agitados faróis
contra os acenos das pessoas fortes.
O mediador não negoceia
deixa a gramática
para memória futura;
as ruas não trazem crianças
e parece que as leis
conspiram contra seu lúdico serpentear
como se retirassem vida das ruas
e as deixassem sozinhas
à mercê da coreografia do vento
do ostensivo canto do medo.
Parece que as leis perecem
e tudo fica brando
uma alquimia no pesar do silêncio,
o modo a prazo
e o silêncio arpoado nos olhos
do mediador.
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