E
de novo
a
loucura.
Pintada
nas asas de um avião
esbracejando
na ilha noturna
dividindo
sete por três
(para
dar número inteiro)
falando
ao ouvido de um macaco
treinando
haiku no meio de um nenúfar
cantando
em cima de uma música
(com
o poema a destempo)
cortando
as unhas no elevador
soprando
sílabas no papel de embrulho
motivando
garças pernaltas a pesar arroz
ocupando
o sofá do figurão
metendo
marcha-atrás na ribanceira pelas costas
depondo
as glórias fátuas
pitando
cortinas com a poeira cósmica
debitando
orações de um livro sepultado
congeminando
os planos mais altos
atraiçoando
os cães danados
irritando
a glote pavoneada
recusando
os sins
e
deitando na cama sem lençóis
à
espera de uma noite madraça.
E
de novo
a
loucura.
Timorata.
Sequaz.
Amarela.
Irada.
Içada.
A
loucura.
Monumental
arbitrariedade
de
deuses infames
ou
apenas
objeto
decorativo
contra
a indiferença geral.
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