Arrumei
as lanças afiadas
numa
cova funda junto ao rio.
Deitei
uns alqueires de terra húmida
e
calquei-a em jeito de certificação.
Agora
devem
estar enferrujadas
e
essa ferrugem condiz
com
as manhãs claras que,
desde
então,
se
tornaram imperatrizes.
Agora
tenho
armas nas mãos
as
mãos que moldam os rostos
com
o perfume do afeto.
Os
olhos são ogivas
que
irradiam bondade.
Já
não empenho vernáculo.
Não
quero saber
dos
magnatas da estultícia
dos
falsos querubins que fraquejam
em
sórdidas profecias
dos
cultores da ignomínia
dos
ilustres mitómanos
ilusionistas
de um universo só deles.
Nada
disso importa.
Só
importam as palavras de ouro
os
abraços apertados
o
laço colorido
que
faz o amplexo dos amantes
o
leite que desazedou.
O
desarmamento
abonou
a indiferença.
É
a melhor prova de indulgência
e
a alma
(já
desabituada da angústia)
agradece
em penhor.
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