26.2.16

Gigante

Repouso
sobre os ombros de um gigante.
contemplo as nuvens baças
da embocadura do miradouro.
Sei que há pássaros
no uso da rota
e que os pássaros são tutores
de segredos desejados.
Nos ombros de um gigante
e a paisagem ao longe,
pequena.
Assento os pés no chão pedregoso
ensaiando um assobio ao acaso.
As nuvens descem
rasantes à minha cabeça.
Não sei
que humores trazem as nuvens.
Não sei
que segredos resguardam os pássaros.
Não tarda nada
a noite que destrona o entardecer
dirá que nem humores nem segredos
têm sua vez.
Ainda que os ombros de um gigante
sejam meu trono.

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