A
boca prova as nozes noturnas
devolve
em dobro os prazeres possíveis.
Os
animais contorcem-se
mas
não é de dor,
é
do amplexo de ternura
do
contágio dos suores benignos
das
ramagens das árvores perfumadas
em
que eles se aninham.
Vão
felizes,
os
animais,
senhores
da sua ciência.
Vejo
tudo isto
com
os olhos sequiosos
com
o dorso curvado sobre o terraço
que
é sobranceiro ao mundo.
As
mãos sentem o calor da terra
sobem
à fronte
limpam
as gotas de suor que lacrimejam,
selando
o cansaço.
Não
há queixumes
não
há pesares
pelos
idos que se reverberam
nem
um pulsar tóxico a derrotar a pele;
há,
apenas,
o
sentimento maior
ondas
que se agigantam
o
desenho belo das silhuetas
o
ciciar que adormece
dedos
entrelaçados
que
emprestam febre aos corpos.
Visto
de fora
o
quadro sublime
espraia-se
no estirador
onde
se afinam as palavras:
apetece
beber na terra
beber
nos sortilégios ditados pelas palavras
domar
o cavalo furioso que seja impedimento
travar
os alvoroços que esvoejem.
Aportamos
onde
a madrugada alisa os suores frios
à
espera que a alvorada solte seu freio
e
depois tudo seja
claridade
a desobstruir estorvos.
Até
que nas mãos repouse
o
ouro puro
o
esteio calculado
os
olhos desalfandegados.
E
o amor inteiro.
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