Do
chão molhado do apeadeiro
um
vulto esguio serpenteia
entre
as poças de água.
Traz
o nada a tiracolo
e
um chapéu flamante.
Distraído
pisa
uma poça de água.
Os
respingos atingem um velho por perto.
Impassível
o
velho continua a ler o jornal amarrotado.
Vejo
o vulto cowboy a pedir desculpa
e
o velho inerte.
A
voz que soa no apeadeiro
avisando
comboio em alta velocidade
traz-me
de volta à terra.
Não
chovera
o
chão do apeadeiro não estava molhado
não
havia poças de água
nem
o vulto adejando um devaneio.
Só
o velho e o jornal amarrotado
vieram
a palco.
E
eu
que,
por mais que tente,
não
passo de um arremedo de miragem.
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