Os
bichos
ao
menos não tresleem.
Não
se incomodam
com
políticas coisas
que
adulteram o autêntico.
Não
falseiam nem mentem.
Não
navegam em desleais águas.
O
mesmo
mutatis mutandis
vale
para as pedras amontoadas nas serranias
as
árvores que esperam o tempo
os
paus perdidos
o
ar que povoa o ar
os
demais elementos da natureza
as
telhas de uma casa
todo
o metal fundente nas siderurgias.
Já
certa gente,
que
por gente ser
se
apruma antropocêntrica,
bolça
metal fundido em oxidados sentidos
abriga
telhas de vidro no compasso das lições
torce
o braço à natureza
polui
o ar que lhe é dado
e
dos paus
o
mais que se afigura
é
ser seu dorso merecedor de açoites.
Certa
gente
tão
sequiosa do centrípeto trono
que
suga as árvores por dentro
dissolve
as pedras à volta
mata
as águas onde se banha.
Mente
e falseia
com
os dentes todos
que
divindades compassivas ainda lhe conservam.
No
dicionário que habita
lobriga
na falsidade
na
ludibriosa hermenêutica
ou
não fosse gente assim política personagem
habituada
a desdizer sem corar
nem
que lhe caiam os dentes que ainda tem.
Não
admira
que
gente assim
não
goste de animais.
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