A
areia fina
tece
dança peregrina.
As
rochas molhadas
não
ficam cansadas.
Um
par de luvas esbanjadas
a
meio das escadas.
A
garrafa deitada ao mar
por
um marinheiro irregular.
A
noite dormida
num
sonho de druida.
A
roda dentada
na
nora alquebrada.
Cachos
de podres uvas
já
sem férteis chuvas.
Um
gato semicego
a
caçar um morcego.
Trinta
odes deixadas em hibernação
por
falta de inspiração.
E
no dia seguinte
já
não há acinte.
Apesar
da alma poluída
por
gente puída.
O
mar andante
sepultura
do mareante.
A
maçã do rosto suada
pela
partida pregada.
Um
rosário de resoluções
deitadas
a amanhãs paredões.
As
tocas fundas
das
lobas fecundas.
Cobertores
gastos
ajeitam
os mostos.
Cães
vadios protestam
ao
relento que desgostam.
Mal
sabem as deitadas crianças
que
o sono é a casa das esperanças.
Votam
futura insubmissão
em
brancos votos sua missão.
E
reaprendemos os sentidos
enquanto
a lua cala os gemidos.
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