Olha
à tua volta:
vê
os suores frios do medo
o
rumor das crianças inocentes
os
rostos seráficos das freiras
as
vidas atabalhoadas à beira do precipício.
Olha
à tua volta:
um
pássaro azul exibe a fulgurância
os
bancos do jardim impecavelmente pintados
as
horas entoadas no sinédrio
os
estragos da última intempérie.
Continua
olha
nas fronteiras do teu olhar:
convoca
as pedras milenares
devolve
a alvura aos sorrisos desmaiados
empresta
exuberância aos melancólicos
assassina
loucos anjos da tibieza dos sentidos.
Na
dúvida
atira
o corpo para o lago de águas frias
onde
sabes pertencer a um tempo
fora
deste tempo.
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