9.2.16

Colóquio

Tirando
as cordas vivas
o mar rasante
os nenúfares amarelos
as nuvens caiadas no céu
o cão vadio que mendiga mimos
os botões de punho aristocratas
as resmas de papel que armazenam nada
os beijos arrebatados
as facas quietas
as canetas à espera
a pele sentada
e o gelo quente
nada se revolve na impureza das cicatrizes.
Nada agarra
o vento quente
o mestre experiente
a bola furada
a traineira ousada
a neve tardia
a bala retida
a palavra acertada
a raiz profunda da alquimia.
E eu sou
juiz de todas as medidas
e a mim chamo
as fazendas que servem de agasalho.

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