E
eis que vieram
as
coisas douradas
no
halo da lua diurna.
Avales
de anjos vários
emprestam
uma aura ornada a ouro.
As
palavras ganham doçura
os
gestos embainham
o
veludo que queremos.
E
ao resto
mandamos
dizer que porta outra
é
a que devem vir bater.
Pois
somos curadores do ouro
e
o ouro nas mãos liquefaz-se
mercê
do ouro havido nas mãos nossas.
E
tudo se compõe
tudo
se tempera
na
vastidão da planície dourada.
Os
olhos
passam
a ter a cor do ouro.
As
alvoradas enfeitam-se
com
a pureza da abastança maior
dos
dédalos de que nos soubemos resgatar.
É
o ouro supremo
o
ouro sublime:
o
ouro
que
só tem préstimo
como
adorno das almas nossas.
Transfigurando-se
em
matéria própria,
indomável
e pronta.
Somos
o ouro por dentro
até
que o ouro seja consistência das almas
que
jorram no pulsar das veias.
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