As
mãos na terra
senti-la
respirar entre os poros.
As
mãos por dentro da terra
desenhando
as figuras geométricas da manhã.
Por
dentro da terra
sem
medo de saírem imersas em negrume
das
mãos nascem as veias rejuvenescidas
as
veias que aprenderam com a alma da terra.
E
as mãos não desistem do aroma da terra
remexem-na
alarvemente
como
se de uma hibernação viessem devolvidas
e
famintas porfiassem.
As
mãos insistem na terra
antes
que a chuva tenha império
e
desfaça os desenhos sem fronteira
lavando o pecúlio de um gesto.
Tiro
as mãos da terra.
As
mãos negras
as
mãos reaprendidas
as
mãos adultas.
As
mãos.
E
escrevo
em
pauta de argila
as
estrofes crepusculares
de
uma espada cintada com a lua
bordada a prata.
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