Estas casas todas
vidros encardidos
postigos decadentes
pintura enrugada
janelas que escondem lares
casas coabitando
com tantas histórias de vida.
Gente
toda esta gente no metro
nas ruas apinhadas
gente triste
gente aperaltada
gente faminta
desalinhavando esperanças pretéritas
metendo as mãos frias nos bolsos
espreitando a lúgubre publicidade
fazendo contas de cabeça
expiando o bolçar quotidiano
metendo as pás do pensamento
no alfaiate do amanhã
deixando no tempo esgotado
promessas que a seu tempo
foram promissoras.
Estas casas todas
desta gente toda
e uma cidade com as veias à mostra
à espera dos feitos do futuro
enquanto aguarda
em desencanto resignado
que amanhã não demore.
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