Epílogo.
A
última gota do mar
a
desmaiar na areia molhada.
O
último gole de ar
antes
de a água sem freio
engolir
a respiração.
A
última prestidigitação
antes
de cair a máscara
ao
farsante.
A
última coisa que se é
antes
de um vendaval intempestivo
tudo
deixar sem serventia.
Ou
apenas um cisne a cantar
sem
causalidade que haja
com
os pretéritos exemplos.
E
o cisne vagueia,
leve
e livre,
sobre
as águas seu domínio
garganteando
um canto nada lírico.
Sendo
cisne.
A
julgar
pela
sabedoria ajustada pelas convenções
o
canto do cisne é o seu epílogo.
Pois
não cantem os cisnes
em
segredo não revelado da perenidade.
Ou
então
desfaça-se
em despojos sem utilidade
o
que sobrar da convencionada sabedoria.
E
deixem os cisnes cantar
na
sua leveza e liberdade
que
eles amestram a paisagem bucólica.
E
deixem todos os fins de histórias
desacorrentados
de estultas imagens,
apenas
sê-lo
fins
de histórias.
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