10.10.16

Carne e osso

Um casaco vestido num busto sem gente
entre cotovias grafando danças pueris
e sete pedras sentadas na cumeada
à espera de gente cansada de estar em pé.
Um casaco vestido
e um busto sem braços seu possuidor:
as antenas de outrora
(as que afeavam as cidades)
povoam as cumeadas à espera do vento
para serem gente.
Um casaco afinal despido
e um busto inanimado por companhia.
Não é peça bastante.
Casaco estéril sem valimento
não encontra cais em gente.
A carne e osso fazem diferença.

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