Trocava
as pedras arrefecidas
por
uma tocha apagada
mesmo
sabendo-a sem serventia.
Trocava
um espelho baço
pela
embocadura de um rio servil
mesmo
sabendo-o anestesiado.
Trocava
os dedos amarelecidos
por
uma cunha à medida da mão
mesmo
sabendo-a uma quimera.
Trocava
as balizas tortas
por
um arranjo severo das pautas
mesmo
sabendo-o improvável.
Trocava
as rodas finas
por
uma estrada sinuosa
mesmo
sabendo-a silenciosa.
Trocava
o que sabia não ter troca
por
algo que oxalá entoasse um pranto
em
vez das ufanas estrofes de um pernalta.
Trocava
em
mercancias até sem valor
o
desmame de uma alma embrutecida.
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