16.4.17

A soma das partes

Maior
do que a soma de todas as partes
a metamorfose das paredes
amparadas nas mãos túrgidas
desembolsa da areia as joias do mar.

Maior
do que a soma de todas as partes
as mãos simbiose remexem
entre o restolho do outono
os ramos fortes para amparar
as paredes decadentes.

Maior
do que a soma de todas as partes
o ocaso temperado
o chão de mar desemparedado
as tesouras em perequação
gravatas impecavelmente apessoadas
(sem todavia pescoços)
contratos sem papel nem assinaturas
as árvores frondosas à espera da primavera.

Maior
do que a soma de todas as partes
o poema tangido a quatro mãos.
Em uníssono.

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