O piano
dedilhado no rumor manso
e as páginas que
voam com a noite furtiva
sem convidar o
desespero
sem evocar as
malsãs esquinas do tempo
na admiração
perene do que houver
por admirar
nem que seja
pouco
nem que seja
quase tudo.
Sentam-se os
dedos no veludo da flor
e o mar plano
chega para leito dos sonhos
no avesso do dia
soalheiro
e do vento
rebelde.
Às dúvidas
manda-se dizer
que persistam:
não se encomenda
mal atilado
se interrogações
permanecerem acesas
sem refutações
ensaiadas.
A gente na rua
prova o esteio
impecável do planeta
sem contemplação
com os que encontram nos outros
o diabo em
pessoa.
Não tem importância.
Desajeitam-se os
cabelos sem penteado
coíbe-se o
estremunhar dos olhos
e as múltiplas facetas
da alma
erguem-se no altar
onde,
impantes,
os vivedores
compulsivos
se consagram
a si e à vida
no palco imenso
onde o público
é imperador.
Os estouvados
precursores do desconhecido
ensinam estilos
avulsos
esboçam estrofes
que atestam memórias
sem soçobrar aos
vulcões adormecidos
sem deixar de mestiçar
o que não é par.
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