5.4.17

Fiasco

Sobre o dorso do silêncio
deitado
rosto seráfico,
esfíngico
dedos entrelaçados
um copo à frente,
à espera
e uma robusta teoria
que se entretece
no projeto de pensamento.
O vinho de segunda
apodrece a função
antes mesmo do amadurecimento.
Os olhos
recolhem-se dentro das pálpebras,
embaçados
ou talvez apenas contristados,
como se fosse o ato quimérico
o resgate dos gestos perdidos.
Sobra o silêncio.
Não foi por sua ausência
que faltou húmus à ideia.

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