12.4.17

Diacrónico

A valsa dos chapéus violetas
brandida em banho-maria
à espera da alvorada macilenta
à espera dos dados sem sortilégio
numa rua sem eco possível.

Um sultão marreco
em aproximação ao confessionário
passos vagarosos e olhar desconfiado
à espera do sacerdote combinado
em juízo dos arrependimentos
dos esquecimentos
do que deveriam ser esquecimentos.

A cobertura da catedral
tinge-se dos raios difusos
de um sol partido.
Dizem que as intenções se entronizam
no congeminar do belo
que delas se extrai.

E que mais nada importa
– dizem, também.

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