21.4.17

Vazio 

Os nomes sobrepostos,
encavalitados numa escada gasta,
no confisco das almas
desistindo. 
Caminham arqueados
deitados no cansaço torpe
fabricado pelos algozes que obliteraram o sol. 
Olham para o céu
e as nuvens densas são como grades
que separam o lugar de onde estão
da ampla liberdade
embaciada no avesso do sol. 
Os prantos deixam o chão enlameado. 
A longa estrada,
uma reta interminável que esconde o horizonte,
esbarra no vento azedo. 
Os nomes sobrepostos
numa amálgama que desaprova a condição
não sabem o sorriso
e bebem na justaposição dos vinhos apodrecidos,
que já nem sequer embriagam. 
(Até essa esperança foi sanada.)

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