No paço
das rebeldias
ilustres desconhecidos fizeram tirocínio
uns
por dever de alinhamento
no lado lunar
da monotonia
outros
por caírem
numa inadimplente distração.
As paredes ásperas
são
um descontínuo no venal convento
onde uns pernoitaram a eito
e é lugar habitual para os estroinas
sem remédio.
Nas traves da noite malsã
o paço
arregimenta
prazeres vários
merendas sagradas no púlpito
onde deuses sobejam
segredos que afinal todos sabem
(continuando, por teimosia, a ser
segredos)
uma centelha singular
que dissolve trevas à sua passagem
um contínuo
de insubmissão que quadra
com o orgulho curricular.
Persistem as neblinas que escondem a
manhã
em levas de barcos sem rosto
que transfiguram os mares.
Amanhã
quando houver outroras para assinalar,
e os corpos cansados
se deixarem ficar na espreguiçadeira do porvir
dantes ajuramentado,
a majestosa cobrança virá a pleito:
quantos dos quartos
emparedados com a rebeldia insana
trouxeram um propósito anelado?
Porventura
apenas um esboço de interrogação
muito certamente destinada a réplica ausente
(e sê-lo-á
não por economia de palavras).
Pois os segredos
mesmo quando são um ardil na sua perfeita forma
são
sempre segredos.
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