13.4.17

O beijo

Um beijo
salga a pele dourada
e eu
num enlevo sem meneio
reponho em dobro
nos lábios assim humedecidos.

Se o beijo falasse
teria cores que as palavras não têm.

O beijo
que abraça
os corpos em combustão
fósforo em reviravoltas constantes
no dever inalienável
do beijo sem pudor.

Na alvorada-beijo
pelas costuras do beijo,
o beijo-espada que emulsiona a alma
o beijo pulcro,
até se deslaçarem as fronteiras
do beijo-noite.

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