Às cinco horas e quarenta e dois minutos:
sinto a manhã
a latejar nas pálpebras,
a resina que destrona a letargia.
O orvalho
colhido nos dedos ainda entorpecidos
cimenta o apetite pelo dia nascente.
Não sei dos sonhos havidos
– até parece que foram há eras.
Do lado do mar
a lua entaramela-se no seu ocaso
apenas um timorato espelho
cansada de irradiar a noite.
A lua vai a caminho
dos seus sonhos
e eu nem dos meus tenho evocação.
Ponho o relógio,
que o torpor não tenha recaída.
Logo à noite
se verá se as pálpebras ainda latejam
e se a lua não se arrependeu
de irradiar a noite.
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