A alma cheia.
Mistério com fundações
que devolve a hermenêutica do ser
no abastado leito onde se dilui a fadiga.
Os parêntesis não contam;
ou, em dando seu inventário como próprio,
inauguram a quimera escondida
na volúvel espessura das palavras.
Enche-se o poema
e os versos guturais são a viável mão
que segura o corpo inteiro.
A alma inteira.
Transfiguração do medo em paisagem domada
transbordando de sentidos na foz achada.
Não se cumpre o calendário,
perdida a noção do tempo.
Agora sei da canção que ecoa no pensamento
sei-a singular
povoada pelo luar de cetim
que se oferece às flores,
excecionalmente não recolhidas em si,
para apreciarem o cenário.
A alma funda.
Vertida sobre o orvalho demorado
por dentro do olhar sem peias
destinando às árvores
as mesmas raízes em que se funda,
a alma funda.
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