Um rosto túrgido
triangular encenação da candura
pintura a óleo com cores desmaiadas
a uma maré que é espelho.
Não é a lua calada
expoente das reverberações impostas:
é a porta arrombada
as naus na vertigem da ferrugem
a intermissão das insuspeitas divas
os conflitos diluídos na suprema vontade
fotossíntese de quase tudo.
Gastam-se os mares em causas repletas
e nem assim se perdem no infinito:
não descuidem os inspirados alquimistas
do fado que dizem cuidar;
não descurem os alfaiates do mundo
de seus contornos errantes
da improvável chama que acende o zénite:
não deixem nada ao deus-dará
que os demais somos tutores do caos
o selo distinto do legado que nos deixam.
Nós,
os dos rostos não emaciados
os que não se isentam da emancipação
nem se anestesiam em jogos florais
pela autoridade das razões das autoridades.
Nós,
os dos rostos túrgidos
penhores da pura, não adulterada,
e talvez quimérica,
ousadia que de nós faz homens.
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