É a petição
que se oferece ao mote:
o arranjo das palavras diagonais
com incidentes de sintaxe
e uns quantos lapsos ortográficos;
mas o pior
é a mensagem,
ininteligível
– por vezes gongórica,
só para disfarçar a ausência de ideia.
Não é por acaso.
A leitura foi atirada para um canto
onde
– de acordo com os argonautas da modernidade –
vegetam os misantropos.
Que interessa
se engenheiros têm uma escrita pueril
se plumitivos
tropeçam na ortografia e na gramática
se há tanta gente a tresler o idioma maternal,
se os juízes empossados
(lídimos decantadores da pedagogia)
ajuramentam o grande malefício
de ensinar aos petizes o idioma
sob o labéu do erro penalizado?
Não será também por acaso
que tão insignes mestres da pedagogia,
a eles chamando a coroa no périplo
dosprimus inter pares,
sejam apanhados,
e tão frequentemente,
no logro do pobre idioma.
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