Ensaiamos.
Montamos o palco.
Tabulamos a pose.
Desenhamos falas.
Pausas.
No meio de pausas.
Articulamos os sentidos,
ao início, irregulares.
Colhemos as pétalas.
De uma flor generosamente dada.
Fingimos o sono.
Abrimos o labirinto do medo.
Uma constelação.
Um feixe de luzes que estilhaça a lucidez.
Dormimos, afinal.
Uma coreografia malsã.
Aos pares, na confusão da matilha.
Escrupulosamente desorganizados.
Sem voz de comando.
Ensaiamos.
Pode ser que seja
sobre o fingimento de um fingimento.
Ou a cortina pesada que se arqueia
sobre os olhos.
Hesitamos.
Capitulamos?
Não, apenas hesitamos.
Devolvemos o sal vítreo.
Combinamos jantares.
As falas seguidas.
As falas.
Seguidas.
Ensaiamos.
Por enquanto.
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