Eram as guitarras corrosivas
um afago na nuca
enquanto perdia o repto
e os anciãos desfaziam-se em esgares
contra os oráculos do passado.
As guitarras
ainda corrosivas
desmentiam os oráculos,
dos que tiram as fronteiras do futuro
a régua e esquadro
e daqueloutros que ajuramentam
o passado perdido
nos passos rombos da memória.
Os anciãos
riam-se com as desdentaduras à mostra
impecavelmente rejuvenescidos
apessoados
como se fossem eles
os fiéis partidários da meninice revivida.
Eles sabiam
de fonte segura
da precedência
da desmelodia das guitarras corrosivas
em vez dos aperaltados soberanos
de oráculos vários.
A lição derradeira dos anciãos
(cuidadosamente empunhando guitarras
à espera da desmelodia corrosiva)
é que não havia séquito
dos desemoinhados que se encanivatam
com o menor dos desagravos.
Era a única lembrança
que herdaram
do futuro dos outros.
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