Deste longitudinal pesar
desce a cortina arcaica
sobre os sábios,
os que assim se deixam nomear
pesos-leves de uma oligarquia sem trono
ou aristocratas sem toga alfaiatada.
Levanta-se o punho cerrado
contro o rosto inválido,
sem preço o pueril convencimento
as escadas que levam aos mestres
mas logo,
também eles sábios
e logo
também os mestres
serventuários da bagatela.
Houvesse ao menos um teatro
polvilhado por humildade
e os sábios se esvaziassem por dentro
até que do âmago da nudez
exibissem a ciência do falível.
Um sábio
que assim se deixa nomear
é uma argolada no mistério dos universos
uma equação sem fermento
a manga arbitrária do conhecimento
– do conhecimento
de que é báscula
e ao mesmo tempo
escrutínio.
Fusível de uma oclocracia
é o que é um sábio configurado.
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