8.3.20

Janela sobre o rio

A curva do rio
retém os minutos,
deseja ao tempo
que seja refém 
da sua suspensão. 
Ontem 
era o rio soalheiro. 
Hoje 
o rio bendiz a chuva,
que não apetece demorar. 
A curva do rio
indiferente
pereniza uma certa ideia de deificação
e os olhos testemunham
barcaças indeléveis 
de um torpor lisérgico.

Sem comentários: