Bandeiras sem rosto
sem hino
os rostos eles mesmos
indiferentes
sulcam os mares sem paradeiro
e nas catenárias do século
assinam opúsculos sem raiva
e improfícuas sementeiras
na crina do dia.
Às vezes
as sombras falam:
conjugam verbos imprevistos
antes que a noite as deponha
com a espada crua.
Aos argonautas empossados
não interessam
as mesquinhas constelações dos medíocres
em fila de espera no périplo da estultícia.
Então:
costuram-se as orações neófitas
sob protesto dos apalavrados da inércia
e em nuvens sucessivas,
entre a vidraça baça
e a promessa de redenção,
ajuramenta-se o palco novo
as gentes novas
e o basáltico redesenho das formas.
As cores não foram extintas
as bandeiras é que se untaram
com a prestigiante moldura do porvir
este odor a tempos novos
todavia sem cabimento nas formas.
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