Amarrei o mandato
ao lingote das dunas
a musa não processada
no estio das vinhas.
A fúria sem remissão
arrancou os verbos
e no armário gasto
amanheci em maré pródiga.
Dizia o mealheiro
que o devir não compensa
antes que seja cumprida
a enciclopédia do possível.
Não concordei com o propósito
com os sacerdotes da desimaginação
e em imaterial demanda
supliquei do sangue a ambição.
Na varanda da comiseração
desfilavam os miseráveis
desdentados e tudo
e eu sabia-os empenhados à mofina.
Da acusação de ilegitimidade
padeci durante um lustro
e não me importunei
pois os acusadores seriam suas vítimas.
Em vez do mandato
escolho as uvas doces
gatos rebeldes
e o murmúrio amado no torpor da manhã.
Sem comentários:
Enviar um comentário