Estou zangado com as palavras
e atiro a matar
contra as claras que se acastelam
no hipotálamo da cisão.
Não sei se as rasuro,
às palavras dissidentes,
pelo topete de se agigantarem contra mim
e quererem colonizar o meu sangue.
É desigual
o terçar de armas:
as palavras nem sabem
que com elas me zango
e não darão devida conta
do meu rasurar impenitente.
Mas essas palavras insubmissas
que torpedeiam o meu apenas estar
(não poderia dizer que é bem-estar)
colhem o lilás das bandeiras
e enfeitam as janelas com cadáveres de flores
povoando os lugares
com pútrida
poluição.
Não viro a cara ao terçar de armas
com as palavras com que me zanguei,
por mais que elas esbarrem
fragorosamente
no conceito do meu rosto
que parece
a carne para canhão
(como é na linguagem castrense).
Sem comentários:
Enviar um comentário