Repito-me.
Não tenho mais nada
para dizer.
O ferro solto
espera pelo selo abraseado
enquanto a fogueira se excita
e o amordaçado ferve de medo
(disfarçado de brio).
Não se estilhaçam
os verbos exauridos:
os carrosséis amadores
não se agigantam
no avesso das dores
e as palavras repetidas
podem não ser matéria gasta.
Repito-me.
Talvez
por não ter nada mais
para dizer;
ou talvez
porque essas palavras
resumem o medo do amordaçado
antes de ser marcado
com o brasão dos estultos.
Repito-me:
o brasão lacrado na pele
é a pior das tatuagens perenes.
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