23.3.21

Dos sobreiros de que se avistam (courela)

Vulgo

o carcereiro da sorte

contra o cão que mija no desdém

sob a vista atenta

do Morfeu (que estava) atrasado

deixando em pulgas

a esgrimista adónica.

 

Vulgo

a mortalha caída na linha do metro

enquanto o cego balbuciava

uma cançoneta dos National

e as colegiais ignoravam,

exiladas no casulo dos auscultadores.

 

Vulgo

o peão anónimo

em andanças contra a vida

enquanto a vida conspirava

(na maneira de ver do peão anónimo)

na borda de um pão seco

esfarelado por um velho na ilharga do lago

enquanto o farsante

bem disfarçado

(ou não fosse o farsante)

se escondia dentro da gabardina XXL.

 

Vulgo

um teatro sem agenda

corrompe o povaréu indiferente

com mulheres nuas

desmúsica popularucha

e couratos banhados em unto 

– só para ver

se a populaça comparece

 

(e para tirar as conclusões a preceito).

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