15.3.21

Duodécimo

Dou de um nada

o vértice da sílaba gutural

e na enseada 

estimo o vento que incendeio

à espera da locomotiva meã:

a acendalha para o chão molhado.

 

Vou de um nada

a aresta crua na gramática venal

e no promontório

coabito na lua centrípeta

à espera do murmúrio tenaz:

o musgo acastelado na silhueta das nuvens.

 

Há num nada

na pontuação da sede sideral

e no estuário

colho a maresia que esbracejo

à espera do céu dardejado:

a escrita em dia na partitura das mãos.

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