Tinjo
a aguarela
com o sangue
do desespero.
O sangue
não é meu,
nem o desespero.
Apenas os ouço
em surdina
querendo feitoria
no meu alabastro.
Da aguarela
pressentem-se
as cicatrizes do medo.
O oráculo
invade o tempo
leva-o
a um forasteiro lugar.
Disseram
que a aguarela
já puída
perdeu valor.
Conservo a moldura
por via das dúvidas
não vá ser precisa
para emudecer
o desespero
por ora
apenas em surdina.
A aguarela
tem paradeiro incógnito.
Nem os aflitos
que a assinaram
convocam a sua posse.
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