Ao canto da mesa
escondem-se vultos
disfarçados de anjos,
imberbes.
Falam.
Sobre eles
adejam caixas de diálogo
com as legendas do que dizem.
Nota-se a profusão de onomatopeias.
Ninguém apurou
se os querubins falavam
por interposta metáfora
ou se eram literais
– termos em que
seriam disfarces de anjos
ou os anjos neófitos
ganharam autorização
(superior)
para o vernáculo.
Falta o apuramento dos factos
sem o qual
o sono não deixa de produzir efeitos
e os demais
não são destinados ao desamparo de causa.
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