Da
minha janela
a
aurora que cicia os segredos.
Da
minha janela
o
vento húmido entrando
nos
ossos.
Da
minha janela
a
paisagem fetiche devolve
o
ardor em cadeiras arqueadas
sob
o doce jugo do desejo.
Da
minha janela
colho
as flores balsâmicas
que
vêm às mãos sedentas.
Da
minha janela
deito
o peito ao mundo
num
relógio sem arestas
e
proclamo a totalidade das coisas.
Da
minha janela
deixo
o tempo vagaroso
deixo-o
ser um lago vistoso
onde
o olhar se demora em contemplação
sem
notar no desmaiar da luz.
Da
minha janela
remoo
os víveres maçadores
que
memórias sem freio teimam
deitar
no palco abraseado.
Da
minha janela
povoo
o porvir com pedaços de mel
e
pinto as paredes com cores lunares.
Da
minha janela
abro
os braços inteiros.
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