A
dança sinuosa
no
atapetado chão vítreo
levanta
o ventre ao promontório.
Desengonçado
sem
remédio
a
não ser
mergulhar
na negação
até
convencido estar dos dotes
de
dançarino.
Mas
é tudo no seu contrário,
como
a vergonha apascentada adverte
em
contramão das gargalhadas de usura
no
asfalto liquefeito do vexame.
O
que importa?
Deite-se
o corpo à música
deixe-se
a música ser musa sua
remetam-se
as injúrias à estética
para
os pardais irrelevantes que adornam
os
beirais do tempo:
que
a dança
por
sinuosa que seja
chama
dançarinos
–
e dançarinos só –
sem
cuidar de saber se são
diligentes
capazes
e
audazes.
O
que conta
é
o pé de dança
com
o frescor do rio em contrafação.
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