20.7.16

Eureka

As bainhas da ideia
coziam-se com os ramos
das árvores primaveris.
Debatiam-se, as palavras
– as palavras particularmente certas –
no tojo florido das serranias altas.
Antepunham-se vozearias interiores
desafiando a alvura da ideia,
demónios na vez da contraprova precisa;
nos copos amarelos
a espuma da cerveja convocava
os repensares que tivessem carestia,
um chamamento aos olhos felinos
desembaciando a terra do pensamento.
Em linha
perfeitamente atirados por cima do ocaso
as fazendas translúcidas levantavam o véu
e os copos já despidos
celebravam os campos dourados
onde a ideia se mostrava,
ufana.

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