Um
imenso poço de petróleo
onde
as algas interiores se lavam
na
impureza das lavas.
Apóstrofes
indignadas levitam no calor
sem
se saber se as mãos se apertam
ou
se terçam num tear frio e redentor.
Ou,
talvez,
tudo
o que interessa é o cerzir das luzes
em
estando os céus à espera de tempo.
Diziam-se:
ditados
só para reforçar ideias
estrofes
perdidas entre páginas sem rosto
palavras
macias entre os dentes cerrados
preces
avulsas entre paredes caiadas.
E
então
abrindo
as mãos
–
como se estivessem prontas
para
abraçar rimas sem rumo
e
estrelas descidas ao chão
–
cintilavam os olhos sequiosos,
as
diletas personagens fruindo na imaginação,
e
deitavam-se no palco sem pano
as
imagens belas
as
paisagens extravagantes
os
caudais velozes
à
espera de domar os impávidos escrutinadores
das
almas.
Da
lava funda
em
fervente jato
o
imundo petróleo que tudo purificava.
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