A
areia movediça.
Não
levanta jamais medos:
os
segredos foram delidos
e
os pés assentam nelas
como
mastins esfaimados.
Devoram-se,
as
areias movediças.
Extinguem-se
os nevoeiros acesos
bolçando
lava dos pântanos larvares.
Se
havia estertor na praia noturna
quando
a luz era ausente e os sumos nada
a
grande centelha acesa deu caução
à
aprendizagem maior:
percorridos
os rochedos de anteparo,
no
necessário tirocínio
contra
os avassaladores fantasmas sem rosto,
sentiam-se
cinco alqueires
de terreno conquistado ao
mar
dantes medonho.
As
espátulas cansadas
foram
uma arte servil da grande proeza.
Estão
gastas,
as
artes rombas,
deixaram
sua letra na placa que emoldurou
a
proeza.
Agora,
que
as janelas ficaram desempoeiradas
e
todos os pássaros fazem escala
no promontório,
já
se anda a eito em chão liso
onde
havia areias movediças.
Haverá
lugares outros,
ermos,
em
arremedos sombrios de névoa evaporada
das
areias movediças outras.
É
empreitada para diante:
o
processo interminável
que passa entre as gerações
até
deixar o sublime olhar distante
num
mapa firmado com os anéis-diamantes
que
são lavra dos diligentes
que não se derrotam.
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