Estrutural
o
grito aberto
que
sangra nas pedras alvas
ao
cimo da escadaria dos pastores.
Passam
os turistas
indiferentes.
Congemina-se
a lua
nas
imediações do entardecer
e
os carros apressam-se
para
o decesso do dia.
Dizia-se
que
os sacerdotes rezam
noite
e dia
pela
jubilação das gentes
a
matança das guerras
a
fortuna das almas.
Indiferentes
os
gritos sem rosto
esbracejam
no forte mais alto
e
deixam as migalhas da sabedoria
aos
aprendizes meãos.
Não
querem provações castas
nem
boémias destravadas;
querem
apenas beber a água da lua
quando
ela se monta na sua roda grande
e
o sol se some atrás do ocaso.
Para
depois
treparem
a escadaria alcantilada
e
do promontório clamarem:
“e
tu, ainda estás aí? Ainda estás aí?”
Sentam-se
nas esquinas envidraçadas
trocam
o ouro por pétalas frescas
juntam
as páginas arrancadas
e
tocam com os dedos no chão da lua.
E
perguntam
outra
vez
sem
que a voz murche:
“e
tu, ainda estás aí?”
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