Destrato a púrpura chama
na incomum xávega que tomo,
minha proteção contra golpes invisíveis.
Obtenho o distrate
a compensação de um aforro demorado
na subtileza do tempo arrastado.
Olho para o banco gasto do jardim
e noto na metáfora
de toda uma ideia de banca decadente.
O marégrafo que tenho entre mãos
acinzenta as ondas ainda timoratas;
que ninguém ajuramente
que o estado das coisas tende a melhorar:
à superfície
uma espuma amarelecida
supõe o contrário.
Os magnatas já não têm vergonha
ou o maio de sessenta e oito chegou
e silenciosamente
com meio século de atraso
a conspiração dos despojados
encontrou militância nos jornais.
No perjúrio da insubordinação,
com patrocínio de outros
que o poder querem conservar,
um simulacro de equidade
como se pelas janelas
cruzassem ares respiráveis.
Desconfio
que na hora dos inventários
as cores continuam
com os mesmos pergaminhos.
E o destrate
não embainhará
nenhum distrate.
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