15.5.18

Sem medo

Fujo do medo
do medo que não sei ter
do medo que cobre as veias de cinzas
do medo a pedir meças ao medo.

Nas velas atiçadas contra o vento
esboço uma falésia asilo
e do guardanapo amarrotado
retenho as moedas que afugentam 
malignos espíritos.

Não há lugar ao medo
sem ser coragem desassisada
sem conter uma demencial audácia
que arremete contra as muralhas do vício.

Fujo do medo
não por ter medo
apenas 
por ter medo de vir a ter medo.

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