Sob o disfarce da lua
as facas desistidas
sangram suas lágrimas.
O boxeur perdeu.
O sentinela perdeu.
O apoderado dos touros perdeu.
Ganhou a viagem sem rumo
e o pudor perdeu-se no escuro do cais
à espera da partida do comboio.
Sob o disfarce da lua
somam-se cardinais mentidos
equações rítmicas no arsenal das ideias.
Ganhou o letrado.
Ganhou a criança.
Ganhou o furor da salvação dos animais.
Perdeu-se a bússola
e a errância ganhou lugar intempestivo
à espera da madrugada tardia.
Sob o disfarce da lua
modas contrafeitas numa passerelle sem chão
atiram as unhas baças contra o parapeito.
Ninguém sabe quem ganhou.
Ninguém sabe quem perdeu.
Nem se intui que seja empate o lábio dominante.
Ganhou a ilógica
na perda do tempero da alma
à espera da continência dos generais.
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