Saltei a espuma do tempo
cavalgando na inóspita rua sem fim
que amadurecia na lua sem rosto.
Queria sorrir e consegui.
Sobre a aresta de uma onda domada
juntei os impactos do mundo
numa folha de papel,
sem a amarrotar
sem os desarranjar.
Disse
aos ventos sem rumo que alisavam a onda
que sabia ser marinheiro mesmo sem mar
pois inventei os palcos perenes
onde tudo se transfigura.
E o mundo inteiro
(ou pelo menos o que importa considerar)
veio às mãos minhas
sedentas de o albergar.